Entendendo a Psicanálise – Centro de Capacitação de Lideranças, com Cintya Faccioli

A Psicanálise faz parte dos estudos e aplicações da psicologia, mas se refere a uma teoria especifica – teoria esta que está constantemente sendo reavaliada e aprimorada pelos teóricos da atualidade. Esta teoria levou a sério temas que eram pouco considerados na cultura da época como a sexualidade e a existência do inconsciente. Aliás, este é o grande mérito da psicanálise: reconhecer que muito de nossos comportamentos e sentimentos tem origem em experiências de vida anteriores que não são identificadas conscientemente, mas deixaram marcas profundas.

A psicanálise, diferentemente de outras linhas da psicologia, é menos dirigida, ou seja, o paciente é quem determina o tema da sessão, ficando a cargo do psicanalista analisar, identificar e apontar pontos importantes através de perguntas que orientarão o paciente ao seu próprio conhecimento.

Freud – pai da psicanálise

Freud teve uma série de seguidores que continuaram seus estudos em campos específicos, e a este grupo de estudiosos devemos toda a riqueza das linhas terapêuticas psicanalíticas.

Psicanalista é médico?

Não necessariamente. Um médico, um psicólogo ou outra pessoa da área da saúde pode especializar-se em psicanálise. Ela corresponde ao entendimento da “alma”, dos pensamentos e dos sentimentos. Não se refere ao funcionamento orgânico, mas ao funcionamento mental. Esta foi a grande sacada de Freud, perceber que muito do sofrimento humano, e até mesmo com repercussões físicas, com sintomas orgânicos, são de origem psicológica e por isso o caminho para cura é via análise do funcionamento mental. Daí o termo “psicanálise” – análise da psique.

Tem que deitar no divã?

O divã é um ícone da técnica psicanalítica. Freud usava, muitos outros também, mas hoje em dia nem todos o adotam. Há pontos de vista divergentes, mas todos válidos.

Os que são a favor do divã declaram que ao deitar o paciente de forma confortável e em posição onde o campo de visão não permita ver o psicanalista facilita a expressão dos pensamentos pois não há a contaminação das expressões do rosto do psicanalista deixando-o assim mais à vontade e em contato apenas com seus conteúdos internos.

Os que defendem a posição frente a frente com  o psicanalista argumentam que o contato humano é o mais importante, pois favorece ao psicanalista observar e entender toda a comunicação não verbal de seu paciente.

Freud explica!

Esta frase ficou famosa. Ela nos remete a uma sensação de que para tudo no mundo há um por que. Tudo é efeito de uma causa, é só procurar, e ao analisar identificaremos porque fazemos o que fazemos e sentimos o que sentimos. Pode ser verdade. Pra tudo tem uma explicação. E muito desta explicação só é encontrada ao analisar , profundamente, nossas vivências e o que cada evento significou para nós. Este caminho é impossível de se trilhar sozinho, pois mais importante do que entender é saber como superar as dificuldades emocionais e comportamentais. E este caminho você só percorre tendo um “técnico” que irá lhe acompanhar no processo de autoconhecimento e auto superação. Pois técnicas especificas da psicanálise oferecem claramente as respostas, como por exemplo a Transferência, onde o tipo de relacionamento que você mantém como o psicanalista oferece muita informação sobre o tipo de relacionamento que já houve com pessoas significativas de sua vida e como isto te afeta.

Referências Bibliográficas: O Interesse científico da Psicanálise. In: Obras Completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1969, vol. XIII, p. 199 – 229. Conferências introdutórias à Psicanálise: Conferência I: introdução. In: Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1969, vol. XV, p. 27 – 37. Linhas de progresso na terapia analítica. In: Obras Completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1969, vol. XVII, p. 201 – 216. Esboço de psicanálise. In: Obras Completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1969, vol. XXIII, Cap. VIII e IX.

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